domingo, 8 de novembro de 2009

IMPERADOR DO MARANHÃOE TIRANO POR VOCAÇÃO

Sarney contraria governistas e diz que Venezuela não deve fazer parte do Mercosul
Extraído de: Folha Online - 27 de Outubro de 2009
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GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília
Contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta terça-feira que o país vizinho não deve integrar o bloco econômico por adotar posturas que "representam o desmoronamento" da democracia na América do Sul.
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Apesar da base aliada governista já ter maioria para aprovar na Comissão de Relações Exteriores do Senado a adesão do país no Mercosul, caberá a Sarney levar a votação para o plenário da Casa --que pode atrasar a análise da matéria.
Sarney não adiantou se vai incluir a votação do projeto no plenário logo após a sua análise na comissão. O senador disse apenas que o projeto deve ser votado nos plenários da Câmara e do Senado, como previsto pelo regimento do Congresso.
"Eu acho que a cláusula democrática que nós temos no Mercosul é definitiva e o Brasil tem compromisso com ela. A Venezuela, acredito que o atual governo da Venezuela, tem tomado algumas providências que são do desmoronamento da democracia e contra os princípios democráticos", afirmou.
Na opinião de Sarney, o ingresso da Venezuela no Mercosul viola os princípios democráticos estabelecidos na América do Sul. "Não caberia a entrada pela violação da cláusula de democrática", afirmou.
Reportagem da Folha publicada nesta terça-feira afirma que o governo já tem os votos necessários na Comissão de Relações Exteriores para aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Dos 19 senadores que compõem o colegiado, 11 são favoráveis à adesão, todos pertencentes a partidos que apoiam o governo Lula.
Os governistas vão tentar aprovar nesta quinta-feira a adesão do país no bloco econômico, com a esperada rejeição do parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da matéria --contrário à adesão da Venezuela no bloco econômico. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou parecer em separado à comissão no qual defende o ingresso do país no bloco econômico.
No parecer, Jucá rebate ponto a ponto os argumentos apresentados por Jereissati contra a adesão da Venezuela ao Mercosul. O líder do governo afirma, no texto, que o regime político do país vizinho, comandado por Hugo Chávez, não pode servir de impedimento para que o país ingresse no bloco econômico. Jucá classifica de "miopia estratégica" da oposição o argumento de que, com Chávez no poder, a Venezuela poderia colocar em risco a democracia na América do Sul.
Relatório
Tasso, por sua vez, acusa Chávez de cometer uma série de atos que ferem a democracia venezuelana --por isso a adesão do país ao bloco econômico poderia trazer danos aos seus países-membros. O tucano disse que todas as informações do texto foram baseadas em relatórios encaminhados pela OEA (Organização dos Estados Americanos) ao Senado brasileiro.
No relatório, o senador tucano diz que Chávez utilizou instrumentos democráticos para "dominar os Poderes Legislativo e Judiciário", partindo para controlar a imprensa venezuelana.
Ao negar o pedido da Venezuela de ingresso no Mercosul, Tasso afirma que a principal característica do bloco econômico é a defesa do regime democrático em todos os seus países-membros --o que vem sendo desrespeitado por Chávez.

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