segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De "As estações", de DIVA GOULART

Resta-me agora (quem sabe?)
o longo tempo da espera
e o infinito momento no corpo
que não quer, mas envelhece.

Rolam as estações uma por uma
sob os meus olhos calmos, mas vazios,
como pétalas prematuramente desfolhadas.
Doce é o meu retiro:
sem mágoas e sem receios,
como um rio fluindo na memória.

Resta-me agora (quem sabe?)
uma esperança muda de mistério
ver as coisas silenciosamente
e nelas conhecer que ainda existo.

TRAUMAS, BLOQUEIOS E HUMANIDADE

Não sei, acho que desaprendi, não lembro se algum dia eu soube, procurar por alguém, procurar por pessoas... tenho medo de procurar e não achar... tenho medo de procurar e achar... tenho medo de achar e perder. Tenho medo de perder e me perder. Isso me traz à lembrança os versos incisivos da poeta mineira DIVA GOULART, radicada em Goiás....


"Quando nasci, pedi amor, deram-me lágrimas...
quando chorei, pedi amor, deram-me pão;
quando sonhei, pedi amor, deram-me pássaros empalhados;
quando amei, pedi amor, deram-me algemas....
quando morri, pedi amor - e me esqueceram."