segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

De "As estações", de DIVA GOULART

Resta-me agora (quem sabe?)
o longo tempo da espera
e o infinito momento no corpo
que não quer, mas envelhece.

Rolam as estações uma por uma
sob os meus olhos calmos, mas vazios,
como pétalas prematuramente desfolhadas.
Doce é o meu retiro:
sem mágoas e sem receios,
como um rio fluindo na memória.

Resta-me agora (quem sabe?)
uma esperança muda de mistério
ver as coisas silenciosamente
e nelas conhecer que ainda existo.

TRAUMAS, BLOQUEIOS E HUMANIDADE

Não sei, acho que desaprendi, não lembro se algum dia eu soube, procurar por alguém, procurar por pessoas... tenho medo de procurar e não achar... tenho medo de procurar e achar... tenho medo de achar e perder. Tenho medo de perder e me perder. Isso me traz à lembrança os versos incisivos da poeta mineira DIVA GOULART, radicada em Goiás....


"Quando nasci, pedi amor, deram-me lágrimas...
quando chorei, pedi amor, deram-me pão;
quando sonhei, pedi amor, deram-me pássaros empalhados;
quando amei, pedi amor, deram-me algemas....
quando morri, pedi amor - e me esqueceram."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CÃES, PESSOAS E O ELO PERDIDO






Acho que me mudei para esta casa em que moro lá por junho ou julho de 2.004... em março de 2.005 precisei de um cachorro para por no quintal e fazer alguma guarda e impor algum respeito na malandragem da vizinhança. Me arranjaram o "Lobo", que chegou aqui em Março de 2005, com quatro meses de idade (foto anexa, o "lobinho"). Pois bem... o lobinho cresceu, hoje está com sei lá quantos anos de gente, talvez já velho.... lá se vão quase seis anos..... anos de cachorro (foto do Lobão em 2007). o Lobo é um cão praticamente insuportável: nenhum adestrador conseguiu levar seus treinos até o final. Ele é simplesmente insubordinado. Uma cruza de pastor capa-preta com rotweiller. Já quase me arrancou as mãos duas vezes. Muitos pontos, muito sangue. Uma por eu tentar pegar um osso de costela que havia caído no chão para colocar na boca dele. Ele tomou minha atitude como tivesse lhe furtando o osso. Quase dei adeus à minha mão. Outra vez foi quando tentei fazer ele ficar deitado. O bicho é orgulhoso demais para deitar. Foi difícil tirar meus dedos do meio dos dentes dele. Enfim, dia vai, dia vem, está ali o Lobo latindo leal e fielmente por mim, eu acho. Nem gosto de passear com ele por causa do trabalho que me dá por a focinheira e a coleira. Aliás, pra falar a verdade, nem gosto de bichos, nunca gostei. O Lobo está ali a serviço e de passagem, creio eu. Há pouco tempo minha mãe e minha irmã me pediram para substituir o Lobo - cão velho e insubordinado - por um filhote de pastor alemão. Pensei assim: puxa, até adestrar o filhote.... mais dinheiro com adestrador.... tempo perdido até o cachorro estagiário virar cão de guarda que imponha respeito, o respeito que o Lobo vem impondo há anos.... e o Lobo? Aaaahhhh.... o Lobo eu daria para algum consultório veterinário, que daria uma injeção pra ele morrer sem sentir dor.... foi o fim das negociações. Resolvi que o Lobo há de ficar comigo até ele não poder mais se arrastar, nem comer, nem beber, nem abrir os olhos, nem a boca, mesmo que não tenha mais nenhum dente e ele se mudará comigo para onde quer que eu vá. Mas as pessoas..... aaahhhh... são as pessoas da sala de jantar..... aqueles personagens da música dos Mutantes.... estão ocupadas em nascer e morrer.... as pessoas te abandonam, te viram as costas, te deixam de várias formas.... teus pais te deixam... teus filhos te deixam... as mães de teus filhos te deixam... namoradas.... mulheres.... as passageiras e as que você acreditava permanentes... teus amigos te deixam.... teus parentes... teus irmãos te viram as costas.... mesmo aquelas que te prometem amar por toda a vida, que deixam beijos de batom no espelho do teu banheiro, que dizem que jamais te esquecerão... as pessoas estão tão preocupadas com a vida quanto estariam ocupadas se estivessem em um baile de vampiros. Não piscam quando te dizem: o que eu sentia por você acabou. Ou então: você está muito velho para mim. Mas o Lobo não está nada velho para mim, nem eu pra ele. Conclusão: acredito em Deus, em toda a Criação como obra d'Ele e, enfim, que o que mais vale é a vontade d'Ele. A vontade de Deus, quem sabe a forma d'Ele se comunicar com a gente é, até onde eu sei, através dos anjos. Um anjo, para mim, não é mais do que uma espécie de ligação entre Deus e os homens. Um anjo é como um mensageiro, um canal de comunicação, e cada categoria de anjo vai nos revelando um grau de perfeição e evolução até a perfeição absoluta, que é Deus. Um anjo é como uma espécie de manifestação do pensamento de Deus dirigido aos homens. Anjos, arcanjos, potestades, querubins, serafins e etc. Não outra ponta dessa escala de evolução podem estar os animais. Vá de uma ponta a outra dessa escala evolutiva e você vai poder compreender a totalidade de Deus (ou pelo menos tentar). E no meio disso? Ah... no meio disso está o homem.... ah... o homem.... um elo entre a pseudo ausência de racionalidade dos animais e a forma mais pura de espiritualidade, de puro intelecto. De um lado bestialidade, de outro espiritualidade. O homem sim, este é o verdadeiro elo perdido. Não busquemos o elo perdido na idade da pedra. Está facílimo de localizar o elo. Ele está perdido entre os animais e os anjos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A MULHER


Nada contra elas, muito pelo contrário: sem elas não existiríamos. Acontece que nós homens ainda não nos demos conta de que elas são feitas de outra matéria, que não esta a de que fomos feitos. Shakespeare diz que “nós somos a matéria de que os sonhos são feitos”. Isso é muito amplo, muito complexo. Acho que as mulheres estão inclusas nesses sonhos. Por isso o quê de intangibilidade na natureza feminina. Você nunca dá para elas aquilo que elas querem exatamente. A insatisfação delas é incomensurável e insondável como os buracos negros. Quando elas nos abandonam, a gente se põe a pensar: foi por falta de algo emocional? Foi por falta de algo material? Onde foi que eu errei? Você jamais irá saber, a menos que tenha praticado algum delito doloso e de autoria conhecida. Quando ela nos abandona, pode partir de gestos simples e carinhosos, dedicados a detalhes microscópicos de nossa existência diária, como tirar um cisquinho da gola de nossa camisa, reparar numa sujeirinha num cantinho de nossa mão, ou do cantinho de nossa boca, para a mais total e absoluta indiferença aos nossos mais graves e sérios problemas. E elas promovem essa transição mais rápido do que se possa pronunciar "eu te amo". São capazes de não se abalar com qualquer notícia de morte que contemos a elas. Nem mesmo algum eventual esforço do homem, por mais heterodoxo que seja, para a reconduzir ao orgasmo. O que nos acontece em seguida ao abandono e à separação passa a ser insignificante para elas. Elas partem com a consciência livre de qualquer indagação que possa estar nos torturando, como saber como elas partem sem se incomodar com todo tipo de dor que nos rasga o peito. Se alguma parte com alguma dor no coração, essa dor sempre doerá mais em nosso coração que no delas. Remorso é uma palavra que toda mulher de verdade desconhece, assim que abandona um homem, por razões que a própria razão desconhece. Mulheres são mágicas, ilusionistas, prestidigitadoras. E nós homens, desde crianças, fomos educados a nos encantar com mágicos e a cair em seus passes de mágica. A única diferença entre nós homens, crianças ou adultos (fase em que dificilmente algum de nós consegue chegar), é o tipo de truque, que muda com o tempo. [aproveito a oportunidade para me congratular, para me solidarizar e para agradecer (a foto) a Edson Marques - a quem conheci apenas quando encontrei seu blog, em busca de fotos net afora ( http://www.mayte.us/datas/mulher/mulheres3.htm) e gostei.

domingo, 24 de outubro de 2010

A INTERNET A SOLIDÃO E A ENTREGA









O ser humano convive com a doce ilusão de que é mergulhando na internet que estreita seus relacionamentos com o próximo. Não sabe ele que esse mergulho o atira nas profundezas de um oceano de solidão negro e gélido. Nada neste mundo cibernético poderá substituir o olhar, o abraço, a voz, o calor de um amigo, seja ele um pai, um irmão, um vizinho, uma paixão. Mas o ser humano está possuído pelo medo, verdadeiro terror do próximo. Porque o próximo sempre há de lhe trazer recordações e sensações humanas, o que está ficando cada vez mais proibido. Então o ser humano, animal dócil, domesticado, enjaulado, se alegra em ler na tela: “você tem 327 amigos”. Mas nenhum deles está perto para ouvir seus gritos, a batida de seu coração, as lágrimas que brotam no canto dos olhos, o frio que sente pelo corpo, a angústia que tranca a garganta e apunhala o peito. Trazer um semelhante para perto de si significa, hoje em dia, o mesmo que suicídio mediante ingestão de veneno: o próximo se transforma em um espelho que reflete nosso interior e nos faz lembrar de tudo o que tivemos que rejeitar, para podermos viver assim, nos acreditando livres, independentes e, acima de tudo, amados. Essa dor é maior que a morte. Então o ser humano prefere amar a si próprio admirando as respostas que vêm de uma tela, transformada em bola de cristal pela tecnologia, pela cibernética. O máximo que o cidadão sente, vivendo assim, é um eventual cansaço no olhar. E morre sem sentir dor. E vive sem saber o que seja o amor. (agradeço aos proprietários das fotos que busquei net afora... afinal.... nem amigos são, não é... porque meus amigos mesmo, não sei quem são, nem onde estão, nem posso pedir fotos a eles..... muito grato, de toda forma)

MIND GAMES, SABEDORIA BÍBLICA e DIREITOS HUMANOS


MIND GAMES.

Acho um dos maiores paradoxos desta nossa não sei por que chamada civilização, verdadeiro joguinho mental, verdadeira armadilha, cilada moral, ratoeira retórica, o que convencionaram chamar de “preconceito” assim como outros chavões do malsinado e retardado politicamente correto. No fundo, o que ocorre é, pura e simplesmente, uma criminalização da liberdade de pensamento, o decreto de morte da individualidade e do direito à personalidade. Tomei conhecimento pela imprensa de hoje que um jornal de New Hampshire, nordeste dos Estados Unidos da América do Norte, está, em termos, sendo julgado e condenado pela “opinião pública” (a estudar: seria a opinião pública o reflexo do pensamento coletivo, ou a intenção dos que controlam o pensamento da humanidade?) por se ter recusado a publicar anúncio de um casamento gay. O Estado lá permite o casamento gay, o que não impede o jornal de se recusar a publicar o anúncio, sob a alegação de que tem o direito de publicar o que quiser. Resultado: ele é condenado por exercer um direito, mas ninguém condena aqueles que nos obrigam a fazer o que não queremos, por não estar de acordo com nossa consciência, enquanto indivíduos. Kafka iria se sentir um menininho de cinco anos de idade assistindo ao Cirque du Soleil, se vivesse entre nós. Aproveito o ensejo para criticar aqui a atitude do ator Milton Gonçalves, que não soube manter sua postura de pai que sabe como e quando dar uns cascudos em seus próprios filhos, como forma de os educar. "Tens filhos? Educa-os e curva-os à obediência desde a infância" (Eclesiástico, 7,XXV). - "Aquele que ama o seu filho, castiga-o com frequência para que se alegre com isso mais tarde" (Ecl. 30). "Vara e correção dão sabedoria; um menino abandonado à sua vontade torna-se a vergonha de sua mãe." (Provérbios, 29, XV) e "Corrige teu filho e ele te dará repouso e será as delícias de tua vida." (Prov. 29, XVII). Como contestar sabedorias bíblicas que funcionaram até a invenção dos "direitos humanos" e do "politicamente correto"?

BRECHT E A NOSSA VEZ DE PRECISARMOS DE HERÓIS


BRECHT E A NOSSA VEZ DE TERMOS HERÓIS.

"Pobre do país que precisa de heróis", disse ele. No começo eu não entendia. Sempre vi herói como uma coisa bacana, tipo Ivanhoé, o Príncipe Valente, Cartouche, Ricardo Coração de Leão, Carlos Magno... então a frase de Brecht não me fazia sentido pois, como a existência de um herói haveria de desmerecer o conceito de uma nação? Era um paradoxo. Hoje entendo perfeitamente. Aos poucos ia me inteirando, sempre por causa da "busca por conhecimento" de assuntos do tipo em que circunstâncias os Estados Unidos da América do Norte precisaram criar e, principalmente, embriagar o público com figuras do tipo "O Superhomem", "Capitão América" e, mais para cá, com os chucknorris, rambos, exterminadores do futuro e tantos outros "vencedores" de suas guerras perdidas na realidade, mas vencidas heroicamente nas telas do mundo inteiro. Como sempre, atrasados com o bonde da História (geralmente por problemas alfandegários, é a burocracia da importação), estamos entrando agora nessa fase. O Capitão Nascimento era o que nos faltava. Mas o coitado chegou em má hora. Seu maior inimigo são, irônica e infelizmente, os Direitos Humanos. Tais direitos privilegiam um sistema policial enquanto instituição teórica, montada em saletas confortáveis, com ar condicionado e telões de computadores em que podem circunscrever as áreas de “alta incidência de crimes” (os famosos "hot spots", pra variar, mais uma expressão de origem importada) em que a bandidagem desenfreada folga, faz festa, sapateia em cima do cidadão desorientado e escarnece do que nos resta de instituições, da mais simplória à mais sagrada. Os bandidos têm liberdade para ter seus anti-heróis, gente famosa, instalada em celas especiais também, protegida pelos super poderes dos direitos humanos. O Capitão Nascimento é "O herói", porque não morre no cumprimento do dever. E ele é politicamente incorreto, o que é pior. Mas o policial anônimo, o soldado, o pai de família, o homem comum que anda pelas calçadas da realidade diária e rala pelos becos de nosso submundo, cai atônito, aturdido, feito peão em tabuleiro de xadrez. E, se houver protestos, estaremos diante de uma queda no estilo dominó. O show deve continuar, portanto. De tanto ter que ver filmes de super-heróis e, na condição de cidadão, protagonizar, involuntariamente, tais super produções de mídia e de massa, cheguei à conclusão de que a fantasia é o ópio do povo. Pobres de nós.

sábado, 23 de outubro de 2010

LIÇÔES DE VIDA

1) - Estude como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã.

2) - Uma mulher só fica sozinha se quiser. Um homem, para ficar sozinho, basta a mulher querer.

3) - Honrar a memória de um morto é a melhor maneira de mantê-lo entre os vivos.

sábado, 25 de setembro de 2010

IMITACION DE CRISTO Y MENOSPRECIO DEL MUNDO



É difícil escolher alguma passagem que seja mais significativa nesse preciosíssimo e inigualável livro. Fiz uma tradução quase que livre, o mais próximo possível do espanhol, pois minha edição foi impressa em Montevideo, em 1.944. Pincei algumas dentre aquelas que mais me tocaram de um modo muito pessoal, como, por exemplo:





1) - Quem tem maior combate que o que se esforça a vencer-se a si próprio?

2) - O humilde conhecimento de ti mesmo é caminho mais certo para Deus que esquadrinhar as profundezas da ciência.

3) - Eis que muitos estudam mais para saber do que para bem viver; erram com frequência e pouco ou nenhum fruto colhem.

4) - Se pusessem tanto empenho em desenraizar os vícios e semear as virtudes como em criar discussões, não haveriam tantos males e escândalos no meio do povo, nem tanta divergência dentro dos mosteiros.

5) - Certamente no dia do Juízo não nos perguntarão o que foi que lemos, mas o que fizemos; nem o quão bem falamos, mas o quão honestamente vivemos.

6) - Diga-me, onde estão agora todos aqueles senhores e mestres que tu conhecestes, quando viviam e floresciam em suas bibliotecas? Outros já puseram as mãos em seu espólio e não é por acaso que já não exista mais ninguém que guarde sua memória.

7) - Verdadeiramente grande é aquele que se faz pequeno e não dá a menor importância para receber altas honras.

8) - É um verdadeiro sábio aquele que faz a vontade de Deus e abandona a sua própria (1 a 8, pgs. 6 e 7).

9) - Em resistir, pois, às paixões, é que se encontra a verdadeira paz de coração e não em se entregar a elas (pg. 10).

10) - Não abra teu coração a qualquer um, mas sim para quem for sábio e temente a Deus (pg. 11).

11) - Seja familiar a Deus e seus anjos apenas e fuja de ser conhecido pelos homens (pg. 12).

12) - É muito mais seguro obedecer do que mandar (pg. 12).

13) - É muito mais seguro ouvir e acatar conselhos do que os dar (pg. 13).

14) - Como pode querer estar em paz aquele que fica se importando com a vida alheia,procurando o que o cerca e dentro de si mesmo pouco se recolhe e, quando se recolhe, o faz tarde demais (pg 15).

15) - Nos preocupamos demais com nossas paixões e nos dedicamos demais ao que é transitório (pg. 15).

16) - E também quando alguma adversidade nos acomete, desanimamos muito rapidamente e nos entregamos às consolações humanas. (pg. 15).

17) - Se a cada ano nos livrássemos de um vício, logo seríamos perfeitos (pg. 16).

18) - Se aprendêssemos a resolver as coisas mais difíceis e que demandam maior esforço no começo, poderíamos facilmente resolver o resto (pg. 16).

19) - Mas se não se vence as coisas pequenas e passageiras, como vencer as difíceis (pg 16)?

20) - O homem deve se sentir desterrado, para que não ponha sua esperança em coisa alguma deste mundo (pg. 17).

21) - E então vai acabar por descobrir que não pode haver no mundo nem segurança perfeita nem paz total (pg. 18).

22) - Muitas vezes não sabemos o que podemos, mas a tentação desvenda o que somos (pg. 19-20).

23) - Fica atento ao fim de todas as coisas e que uma hora estarás diante daquele juiz justíssimo de quem nada se esconde, não se vende por presentes, não aceita desculpas, mas que há de julgar justissimamente (pg. 46).

24) - Às vezes Deus te deixará, às vezes o próximo te perseguirá e, o que é pior, muitas vezes estarás descontente contigo mesmo, e não terá alívio nem refrigério com nenhum remédio ou consolo; mas é conveniente que sofras até quando Deus quiser. Porque Deus quer que aprendas a sofrer tribulações sem consolo e que te sujeites completamente a Ele e te tornes mais humilde com a tribulação. Ninguém compreenderá a paixão de Cristo como aquele a quem acontece de sofrer de modo semelhante. Eis que a cruz está sempre preparada e te espera em qualquer lugar; não podes fugir de onde quer que estejas, porque para onde quer que fujas, te levarás contigo e sempre encontrarás a ti mesmo. Dirija-te para cima, dirija-te para baixo, dirija-te para fora, dirija-te para dentro que de qualquer forma encontrarás a cruz. É necessário que em qualquer uma das situações tenhais paciência, se quiseres ter paz interior e merecer perpétua coroa. Se de bom grado levas a cruz ela te levará e guiará ao fim desejado, que será o fim do sofrimento, sendo certo que não há de ser aqui. Se a levas contra a vontade, te impões mais sofrimento e a torna mais pesada e aí sim teu sofrimento há de ser merecido. Se descartares uma cruz, encontrarás outra e pode ser que seja bem pior que a outra. Pensas tu escapar do que nenhum outro mortal escapou? Que santo passou pelo mundo sem cruz e tribulação? Nosso Senhor Jesus Cristo com certeza, enquanto viveu neste mundo não esteve uma hora sem dor de paixão. Porque era conveniente, está escrito, que Cristo padecesse e ressucitasse dos mortos e dessa forma atingisse Sua glória. Como queres tu, portanto, tentar outro caminho que não este real, que é a via da santa cruz? Toda a vida de Cristo foi cruz e martírio: e tu, acaso procuras para ti vida fácil e diversão? (pgs. 80-81)

BRASILEIRO E O FETICHE DO SUPOSTO


Fico impressionando com a generosidade com que o brasileiro - nossa mídia mais ainda - emprega indiscriminada e copiosamente o vocábulo "suposto", especialmente quando se trata de atribuir comportamento claramente delituoso a determinados indivíduos, especialmente os que possuam algum destaque sócio-político. Em qualquer outro país, toda e qualquer personalidade, independentemente da área pela qual circule - governamental, artística, esportiva, etc - atingida por manchetes de cunho delituoso e escandaloso se vêem, do dia para a noite, indigitadas, acusadas, julgadas e punidas. O cantor tal foi preso por estar dirigindo embriagado, foi preso por ter sido apanhado fazendo sexo em público, preso por estar portando algum tipo de droga, o político tal foi preso por ter cometido tal ou qual falcatrua ou por ter se envolvido em algum escândalo qualquer, do tipo trair o cônjuge, seus negócios, ou seu país. Enquanto que aqui o procedimento é, automática e instantâneamente, dirigido para a eliminação da certeza do cidadão sobre os fatos e de sua consicência, ou de seu juízo de valor. Artistas, atletas e, principalmente políticos raramente são alvos de alguma acusação solene. Um ou outro no máximo vira manchete de revistas de fofocas. Basta o acusado alegar desconhecimento dos fatos que sua eventual culpabilidade já é afastada, assim como a importância material do ato em questão. A notícia sempre vem recheada de considerações do tipo "afastado em virtude de suposto envolvimento com a compra de apoio de parlamentares".... ou então "pelo envolvimento em supostas irregularidades na aplicação de recursos fornecidos por algum banco". Outro alega que acusações estão sendo feitas com "a finalidade de lançar dúvidas e suspeitas sobre sua pessoa". Outro é acusado de "supostas interferências em fundos de pensão e suspeita de envolvimento em escândalos". Outro é apanhado como "suspeito de haver recebido" alguma determinada quantia para acobertar fraudes de grupos de interesses. Alguns alegam que "foram induzidos ao erro" e outros, como já dito, simplesmente negam absolutamente tudo, começando por negar a credibilidade do acusador. Todo nosso conceito de certeza se esvai com a fumaça da suposição que se lança sobre a materialidade e a autoria do delito (isto é, "não há crime" e "não foi ele") e, basicamente, sobre a responsabilidade subjetiva ("o coitado é inocente"). Com certeza esse tipo de "cordialidade" tipicamente brasileira (que já foi objeto de meritórios trabalhos literários) fornece um vasto campo de pesquisa que daria ainda muito trabalho para professores em salas de aula, para os pais, no recesso de seus lares, para a polícia, que transforma em glória suprema a encarceração de punguistas, para o Poder Judiciário, que deveria afunilar, em direção a esse tipo de crime que grassa pelo país, seu olhar perdido nos milhões de casos inócuos em que se vê mergulhado, e o Ministério Público que, na condição de fiscal da lei, não fiscaliza mais nem a si próprio. De nossos poderes legislativo e executivo seria de se supor que estivessem servindo à nação brasileira. Nossas autoridades, enfim, quando já não tem nenhuma, compensam com o autoritarismo.

QUANDO SE AMA UM AMIGO.....


Podemos nao estar perto...nem nos falar com frequencia,
mas, meu coração sabe do teu coração!
Teu coração sabe do meu.
Sempre me pergunto..se o que sentimos um pelo outro é amor Ágape,
ou amor Eros...
na verdade, isso é o que menos importa,
afinal,
somos o que somos,
pensamos sempre um no outro, e,
torcemos MUITO um pelo outro...
Amo voce, e sei que voce tambem me ama.
Cada um do seu jeito.
Fique com Deus, continue, sempre..
Carla.

http://bizunzunga.blogspot.com/

As Máquinas, DEUS e o UMBIGO DE CADA UM.



Puseram tantas máquinas, tantos aparelhinhos, tantos "gadgets" nas mãos do ser humano, que conseguiram reduzir nosso cérebro a um microponto de solda numa placa mãe. Então aconteceu o assassinato dos valores morais, dos princípios, da dignidade, do respeito, da humanidade, do amor ao próximo. O umbigo de cada um virou seu deus. Me pego me perguntando: o que é do "Amar a DEUS sobre todas as coisas".....????

SOBRE EGÓLATRAS E SUAS MENTES OBTUSAS

Para mim, o protótipo do EGÓLATRA é aquele que se revolta até mesmo contra seu reflexo no espelho.

A MATÉRIA DE QUE AS MULHERES SÃO FEITAS




Para mim, nenhuma outra obra da Criação, incluindo todo o Universo conhecido e desconhecido, é tão etérea quanto a MULHER e, no entanto, ao mesmo tempo tão incisiva, tão pungente e tão contundente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O QUE É RETROCESSO E OBSCURANTISMO







É impressionante a hipocrisia desta sociedade e da mídia. Enquanto pretendem que adoremos, cultuemos, cultivemos, adotemos, suportemos o que posso chamar de costumes tribais de nossos silvícolas, mantém o sofisma de que a Idade Média é que é a era do obscurantismo, do atraso, do retrocesso, da estagnação. Não consigo chamar os costumes indígenas, bárbaros e toscos, incensados pela mídia, de "cultura". Não existe uma "cultura bárbara". Ao que tudo indica, a sociedade atual está marchando aceleradamente em direção ao culto de entidades pagãs ou até de entidade alguma, enquanto se dança ao redor de alguma fogueira.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CARTAZES DEFORMADORES E DISCRIMINATÓRIOS

Sempre leio por aí, em todo lugar, avisos agressivos do tipo "É PROIBIDO, SOB PENA DE PRISÃO, TODO TIPO DE DISCRIMINAÇÃO, QUER SEJA EM VIRTUDE DE COR, CREDO, SEXO, CONDIÇÃO FÍSICA, ETC. ETC. ETC...."..... pergunto eu: não seria muito mais producente, instrutivo, positivo e maravilhoso se pudessem ser lidos, espalhados por todos os cantos, cartazes com os simples dizeres "AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, ASSIM COMO EU VOS AMEI"... ou então "AMA O PRÓXIMO COMO A TI MESMO"...?????

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

RECADOS PARA POLÍTICOS, PSICÓLOGOS E OUTRAS SUBESPÉCIES

Preciso deixar esses pensamentos para a posteridade: político é uma subespécie privilegiada do animal racional: atenta contra a inteligência do "homo medius", escarnece dos mais elementares valores sociais, manipula a credulidade pública e tripudia sobre os despojos que deixa atrás de si. E faz disso sua sobrevivência, como nenhum outro animal das selvas. Psicólogos são o humus da sociedade. Subproduto da decomposição do Amor, da Amizade, do Respeito e da Harmonia que deveriam estar reinando no seio da humanidade. Enquanto que os advogados se tornaram os paladinos da Injustiça porque a "justiça" pela qual lutam também entrou em decomposição.

HÁ TEMPOS SEM ESCREVER

Há tempos não escrevo coisa alguma.... não é preguiça, não é nada.... tenho estado observando pela janela da minha alma, só isso.....

a VIDA sempre vencerá a MORTE

Jamais serei vencido pela Morte. Mas sei que, algum dia, terei que me considerar vencido pela VIDA.

Para KETTY MORO, onde quer que ela esteja.

So seldom people say "I love you", but then, or it's too late or love has gone. So, when I say I love you, it doesn't mean I know you'll never leave, it just means I wish you didn't have to go. Ketty foi só uma colega de faculdade e me passou esse bilhetinho quando um dia me viu triste. Ele está guardado até hoje dentro de um livro meu. É como eu levo a vida: guardada em páginas de livros e mais livros, cada um deles construindo um pedaço de mim. Páginas oferecidas à leitura de quem se aproximar e dirigir o olhar. Abraços a todos e a todas as kettymoros desta vida.

terça-feira, 27 de abril de 2010

3 PALAVRAS CHEIAS DE SIGNIFICADO


Barroco - Iconoclasta - Torquemada. É como me sinto, na maior parte do tempo, sempre que ponho meu consciente para funcionar.... saber-se esquisito? exuberante? destruidor de imagens? dos mitos alimentados pela sociedade? um perseguidor de iguais?? não pretendo explicar nada, nem justificar coisa alguma. Minha alma é um conjunto harmonioso composto desses três "adjetivos".... "Adjetivei" Torquemada, por ser um igual que perseguia iguais. Não tenho intenção de "perseguir" ninguém - muito menos julgar e condenar - mas é assim que sou visto - e temido - por muitos dos meus "iguais". No entanto, prefiro acreditar no respeito que se impõe, não pelo terror, mas pela firmeza de princípios. Mantendo a exuberância, a esquisitice e o desprezo pelos símbolos, imagens e mitos da sociedade...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

RELATIVISMO - Le mal du siècle.....

Desde que me conheço por gente, vivi num mundo que crescia pacífica (tirando os idiotas fazedores de guerras de sempre) e naturalmente, e todas as pessoas se davam bem entre si, na medida do possível. Era um mundo em que cada um tinha sua própria vida mas todos compreendiam a dos outros.... o que eu quero dizer é que um negro era um negro, uma japonês era um japonês, um chinês era um chinês, um deficiente mental era um retardado (porque, etimologicamente, estava com seu desenvolvimento parado ou atrasado), um deficiente físico era um paralítico (generalizando a questão da paralisia infantil), uma pessoa que não escutava era um surdo, a que não enxergava era um cego, a pessoa que não tinha uma perna e usava muletas era um aleijado, uma homossexual era um "veado", e assim por diante. Daí começaram a surgir não se sabe de que profundezas da humanidade uns imbecis que achavam que tinham criado os "direitos humanos", como se o DIREITO nunca tivesse existido até então, na história da humanidade, como se antigamente só animais conhecessem o Direito.... daí inventaram a mágica expressão "politicamente correto", cujas regras imbecis devem ser seguidas com mais intensidade do que os Dez Mandamentos da Lei de Deus.... então, a partir daí, a convivência passou a tirar da humanidade todo e qualquer resquício de certeza, de convicção, trazendo, em decorrência lógica, a incerteza, a insegurança, a instabilidade, a dúvida, a descrença, em tudo e em todos... a única certeza que as pessoas têm hoje em dia é a de que ninguém sabe nada, mas que todo mundo é, pela própria natureza, o seu próprio deus, o seu próprio senhor, sem nem sequer imaginar o quanto está todo mundo de cérebro lavado, todo mundo alienado.... os analfabetos se achando doutores honoris causa, os doutores se achando excluídos, os excluídos se achando os donos da terra, os letrados sem ter para quem escrever e os iletrados ditando normas, regras e leis.... e então brancos, pretos, amarelos, vermelhos, veados, aleijados e tudo o mais deixaram de ter seu próprio significado, sua própria identidade.... não obstante o preto continue lutando pelos seus - pretensos - direitos, o veado pelos seus - pretensos - direitos e o branco, coitado, sem poder lutar pelos seus, para não contrariar os dos pretos e assim por diante. E ninguém mais se lembra de que, antigamente, quando o mundo rodava sozinho, sem o auxílio desses imbecis e picaretas que por aí voejam, funcionava melhor e as leis que existiam traziam direitos para todo mundo e era só saber viver.... Vou parar por aqui, por enquanto, porque durma-se com um barulho desses.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O QUE É PRECISO FAZER

Se alguém pretende que algum dia lhe seja dado crédito por ter feito parte da humanidade, deve seguir pelo menos esses mandamentos, aprendidos em casa desde criança e que hoje em dia já não têm mais nenhum valor:
1) dar de comer a quem tem fome;
2) dar de beber a quem tem sede;
3) vestir os nus;
4) visitar os enfermos;
5) dar pousada aos peregrinos;
6) remir os cativos;
7) enterrar os mortos;
8) dar bom conselho e correção fraterna;
9) ensinar os ignorantes;
10) consolar os tristes;
11) castigar os que erram;
12) perdoar as injúrias pelo amor de Deus;
13) sofrer com paciência as fraquezas do próximo;
14) rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.
Há muitos desses princípios de convivência que não são cumpridos, sequer lembrados. Em algum lugar na Bíblia Sagrada está escrito que os homens não serão julgados por sua fé, mas sim por suas obras, por seus atos. É bom lembrar.