terça-feira, 26 de outubro de 2010

A MULHER


Nada contra elas, muito pelo contrário: sem elas não existiríamos. Acontece que nós homens ainda não nos demos conta de que elas são feitas de outra matéria, que não esta a de que fomos feitos. Shakespeare diz que “nós somos a matéria de que os sonhos são feitos”. Isso é muito amplo, muito complexo. Acho que as mulheres estão inclusas nesses sonhos. Por isso o quê de intangibilidade na natureza feminina. Você nunca dá para elas aquilo que elas querem exatamente. A insatisfação delas é incomensurável e insondável como os buracos negros. Quando elas nos abandonam, a gente se põe a pensar: foi por falta de algo emocional? Foi por falta de algo material? Onde foi que eu errei? Você jamais irá saber, a menos que tenha praticado algum delito doloso e de autoria conhecida. Quando ela nos abandona, pode partir de gestos simples e carinhosos, dedicados a detalhes microscópicos de nossa existência diária, como tirar um cisquinho da gola de nossa camisa, reparar numa sujeirinha num cantinho de nossa mão, ou do cantinho de nossa boca, para a mais total e absoluta indiferença aos nossos mais graves e sérios problemas. E elas promovem essa transição mais rápido do que se possa pronunciar "eu te amo". São capazes de não se abalar com qualquer notícia de morte que contemos a elas. Nem mesmo algum eventual esforço do homem, por mais heterodoxo que seja, para a reconduzir ao orgasmo. O que nos acontece em seguida ao abandono e à separação passa a ser insignificante para elas. Elas partem com a consciência livre de qualquer indagação que possa estar nos torturando, como saber como elas partem sem se incomodar com todo tipo de dor que nos rasga o peito. Se alguma parte com alguma dor no coração, essa dor sempre doerá mais em nosso coração que no delas. Remorso é uma palavra que toda mulher de verdade desconhece, assim que abandona um homem, por razões que a própria razão desconhece. Mulheres são mágicas, ilusionistas, prestidigitadoras. E nós homens, desde crianças, fomos educados a nos encantar com mágicos e a cair em seus passes de mágica. A única diferença entre nós homens, crianças ou adultos (fase em que dificilmente algum de nós consegue chegar), é o tipo de truque, que muda com o tempo. [aproveito a oportunidade para me congratular, para me solidarizar e para agradecer (a foto) a Edson Marques - a quem conheci apenas quando encontrei seu blog, em busca de fotos net afora ( http://www.mayte.us/datas/mulher/mulheres3.htm) e gostei.

domingo, 24 de outubro de 2010

A INTERNET A SOLIDÃO E A ENTREGA









O ser humano convive com a doce ilusão de que é mergulhando na internet que estreita seus relacionamentos com o próximo. Não sabe ele que esse mergulho o atira nas profundezas de um oceano de solidão negro e gélido. Nada neste mundo cibernético poderá substituir o olhar, o abraço, a voz, o calor de um amigo, seja ele um pai, um irmão, um vizinho, uma paixão. Mas o ser humano está possuído pelo medo, verdadeiro terror do próximo. Porque o próximo sempre há de lhe trazer recordações e sensações humanas, o que está ficando cada vez mais proibido. Então o ser humano, animal dócil, domesticado, enjaulado, se alegra em ler na tela: “você tem 327 amigos”. Mas nenhum deles está perto para ouvir seus gritos, a batida de seu coração, as lágrimas que brotam no canto dos olhos, o frio que sente pelo corpo, a angústia que tranca a garganta e apunhala o peito. Trazer um semelhante para perto de si significa, hoje em dia, o mesmo que suicídio mediante ingestão de veneno: o próximo se transforma em um espelho que reflete nosso interior e nos faz lembrar de tudo o que tivemos que rejeitar, para podermos viver assim, nos acreditando livres, independentes e, acima de tudo, amados. Essa dor é maior que a morte. Então o ser humano prefere amar a si próprio admirando as respostas que vêm de uma tela, transformada em bola de cristal pela tecnologia, pela cibernética. O máximo que o cidadão sente, vivendo assim, é um eventual cansaço no olhar. E morre sem sentir dor. E vive sem saber o que seja o amor. (agradeço aos proprietários das fotos que busquei net afora... afinal.... nem amigos são, não é... porque meus amigos mesmo, não sei quem são, nem onde estão, nem posso pedir fotos a eles..... muito grato, de toda forma)

MIND GAMES, SABEDORIA BÍBLICA e DIREITOS HUMANOS


MIND GAMES.

Acho um dos maiores paradoxos desta nossa não sei por que chamada civilização, verdadeiro joguinho mental, verdadeira armadilha, cilada moral, ratoeira retórica, o que convencionaram chamar de “preconceito” assim como outros chavões do malsinado e retardado politicamente correto. No fundo, o que ocorre é, pura e simplesmente, uma criminalização da liberdade de pensamento, o decreto de morte da individualidade e do direito à personalidade. Tomei conhecimento pela imprensa de hoje que um jornal de New Hampshire, nordeste dos Estados Unidos da América do Norte, está, em termos, sendo julgado e condenado pela “opinião pública” (a estudar: seria a opinião pública o reflexo do pensamento coletivo, ou a intenção dos que controlam o pensamento da humanidade?) por se ter recusado a publicar anúncio de um casamento gay. O Estado lá permite o casamento gay, o que não impede o jornal de se recusar a publicar o anúncio, sob a alegação de que tem o direito de publicar o que quiser. Resultado: ele é condenado por exercer um direito, mas ninguém condena aqueles que nos obrigam a fazer o que não queremos, por não estar de acordo com nossa consciência, enquanto indivíduos. Kafka iria se sentir um menininho de cinco anos de idade assistindo ao Cirque du Soleil, se vivesse entre nós. Aproveito o ensejo para criticar aqui a atitude do ator Milton Gonçalves, que não soube manter sua postura de pai que sabe como e quando dar uns cascudos em seus próprios filhos, como forma de os educar. "Tens filhos? Educa-os e curva-os à obediência desde a infância" (Eclesiástico, 7,XXV). - "Aquele que ama o seu filho, castiga-o com frequência para que se alegre com isso mais tarde" (Ecl. 30). "Vara e correção dão sabedoria; um menino abandonado à sua vontade torna-se a vergonha de sua mãe." (Provérbios, 29, XV) e "Corrige teu filho e ele te dará repouso e será as delícias de tua vida." (Prov. 29, XVII). Como contestar sabedorias bíblicas que funcionaram até a invenção dos "direitos humanos" e do "politicamente correto"?

BRECHT E A NOSSA VEZ DE PRECISARMOS DE HERÓIS


BRECHT E A NOSSA VEZ DE TERMOS HERÓIS.

"Pobre do país que precisa de heróis", disse ele. No começo eu não entendia. Sempre vi herói como uma coisa bacana, tipo Ivanhoé, o Príncipe Valente, Cartouche, Ricardo Coração de Leão, Carlos Magno... então a frase de Brecht não me fazia sentido pois, como a existência de um herói haveria de desmerecer o conceito de uma nação? Era um paradoxo. Hoje entendo perfeitamente. Aos poucos ia me inteirando, sempre por causa da "busca por conhecimento" de assuntos do tipo em que circunstâncias os Estados Unidos da América do Norte precisaram criar e, principalmente, embriagar o público com figuras do tipo "O Superhomem", "Capitão América" e, mais para cá, com os chucknorris, rambos, exterminadores do futuro e tantos outros "vencedores" de suas guerras perdidas na realidade, mas vencidas heroicamente nas telas do mundo inteiro. Como sempre, atrasados com o bonde da História (geralmente por problemas alfandegários, é a burocracia da importação), estamos entrando agora nessa fase. O Capitão Nascimento era o que nos faltava. Mas o coitado chegou em má hora. Seu maior inimigo são, irônica e infelizmente, os Direitos Humanos. Tais direitos privilegiam um sistema policial enquanto instituição teórica, montada em saletas confortáveis, com ar condicionado e telões de computadores em que podem circunscrever as áreas de “alta incidência de crimes” (os famosos "hot spots", pra variar, mais uma expressão de origem importada) em que a bandidagem desenfreada folga, faz festa, sapateia em cima do cidadão desorientado e escarnece do que nos resta de instituições, da mais simplória à mais sagrada. Os bandidos têm liberdade para ter seus anti-heróis, gente famosa, instalada em celas especiais também, protegida pelos super poderes dos direitos humanos. O Capitão Nascimento é "O herói", porque não morre no cumprimento do dever. E ele é politicamente incorreto, o que é pior. Mas o policial anônimo, o soldado, o pai de família, o homem comum que anda pelas calçadas da realidade diária e rala pelos becos de nosso submundo, cai atônito, aturdido, feito peão em tabuleiro de xadrez. E, se houver protestos, estaremos diante de uma queda no estilo dominó. O show deve continuar, portanto. De tanto ter que ver filmes de super-heróis e, na condição de cidadão, protagonizar, involuntariamente, tais super produções de mídia e de massa, cheguei à conclusão de que a fantasia é o ópio do povo. Pobres de nós.

sábado, 23 de outubro de 2010

LIÇÔES DE VIDA

1) - Estude como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã.

2) - Uma mulher só fica sozinha se quiser. Um homem, para ficar sozinho, basta a mulher querer.

3) - Honrar a memória de um morto é a melhor maneira de mantê-lo entre os vivos.