quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CIRCO SUPREMO

Na condição de advogado tenho presenciado, com profundo pesar, o lamentável espetáculo proporcionado pelos nobre ministros do supremo ao julgar (?) a famigerada "Ação Penal 470", vulgo processo do mensalão.

Primeiro, pelo estrelismo e bela batalha entre egos promovida entre eles: seus gestos e palavreado expressam o que os franceses chamam de "nonchalance"... tudo soa como um deboche, uma retórica circense;

segundo, pela ausência do principal réu no processo, o excelentíssimo "doutor honoris causa" sr. Lula da Silva;

terceiro, pela presença de dois "advogados" dos réus travestidos de ministros julgadores, situação por todos engolida a goles de cinismo, consistindo em um verdadeiro "laisser faire, laisser passer";

quarto, pelo mais descarado abandono dos rigores jurídicos-legais que juízes deveriam adotar ao proferir seus juízos de valor: um deles chega a ressaltar em seu voto que "José Dirceu teve um papel de destaque, "a meu ver", neste processo".... e outro usa expressão "eu acho que..."

um juiz não "acha" nem tem "a seu ver" mas, sim, deve expressar seu julgamento baseado "nas provas carreadas aos Autos", isto é, no que constar - ou deixar de constar - como prova nos autos em seguida à instrução.

É lamentável a perda de tempo a que os brasileiros estão sendo submetidos, forçados a assistir esse espetáculo de circo mambembe.

Tanto o tempo, quanto os milhões desaparecidos, subtraídos violentamente ao povo, única vítima de toda essa falcatrua, deveriam ser devolvidos ao legítimo dono - e vítima - conforme determina o Código Penal, quando tipifica a obrigação de confiscar produtos de crime ou os meios empregados para sua consecução.

Deprimente.




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