quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

VIRTUDES E DONS

SOBRE AS VIRTUDES E OS DONS

(um ponto de vista meramente pessoal)








VIRTUDE, aqui, é empregada tanto no sentido de valor, fortaleza, coragem, varonilidade, hombridade, quanto naquele empregado por Cícero, que dizia ser “a perfeição do homem, tanto corporal quanto materialmente”. DOM é empregado no sentido de dádiva, presente.

Assim é que na DOUTRINA CATÓLICA são conhecidos sete tipos de VIRTUDES e sete de DONS.

As VIRTUDES são divididas em duas categorias: as TEOLOGAIS, que são em três, as CARDEAIS, que são quatro.

TEOLOGAIS porque são indiscutíveis. CARDEAIS porque são relativas na proporção em que algumas pessoas as possuem em maior ou menor grau, dependendo de sua formação.

As VIRTUDES TEOLOGAIS são:

1) FÉ;
2) ESPERANÇA; e
3) CARIDADE.

Sendo que FÉ pode ser entendida como acreditar naquilo que não se vê.
A ESPERANÇA no sentido de perspectiva, confiança reta e inabalável de bom desfecho futuro, sendo que a desesperança, ou o desespero, é considerado “pecado sem salvação”, pois é o grande pecado que se possa cometer contra a inteligência de DEUS, representada pelo ESPÍRITO SANTO, ou o SANTÍSSIMO ESPÍRITO, como se queira.
A CARIDADE é entendida como bondade, amor, amor ao próximo. Alguns restringem o sentido a “dar esmola a pobres”. Vejo isso como um equívoco porque às vezes, dar esmolas a mendigos significa apenas e tão somente incentivar a vagabundagem, delitos e crimes. CARIDADE é desde amar a si mesmo, como objeto da CRIAÇÃO, até o amor à tudo o que foi criado por DEUS; é, de um ponto de vista mais reduzido, aceitar as pessoas como elas são, incentivando nelas, quando se fizer apropriado, a prática das demais VIRTUDES (“Não deixes de consolar os que choram, aproxima-te dos aflitos (Eclesiástico 7, XXXVIII”).





As VIRTUDES CARDEAIS são quatro:

1) PRUDÊNCIA,
2) JUSTIÇA;
3) FORTALEZA e
4) TEMPERANÇA.

A VIRTUDE da PRUDÊNCIA faz do homem um ser cauteloso, cuidadoso, judicioso, criterioso, moderado e previdente. O homem prudente (sobre homem prudente e mulher prudente se pode ler muito nos livros de ensinamentos do Antigo Testamento, como os Provérbios, especialmente no Eclesiástico (4, XXIII), etc.) é aquele que antes de mais nada, sabe evitar a companhia dos maus e do próprio MAL e restringir seu comportamento à prática das VIRTUDES, mais que do simples “bom comportamento”, ou “dedicar-se a fazer o BEM”. E, no Novo Testamento, o próprio Jesus Cristo ensinou: “Sede espertos como a serpente e PRUDENTES como as pombas”.

A JUSTIÇA, mais que tratar os outros com equidade e igualdade, por bondade ou clemência, deve ser possuir princípios firmes, retos e elevados. Para mim, JUSTIÇA é o mesmo que amor incondicional à VERDADE (“Eu sou a VERDADE e a VIDA”, disse JESUS que, como o PAI e o ESPÍRITO SANTO, é DEUS. “Os justos possuirão a terra e a habitarão eternamente (Salmos, 36, XXIX).”

A FORTALEZA é, mais que simples força corporal, é grandeza ou ainda grandiosidade de alma, é ser valoroso, ser constante e firme em seus princípios e VIRTUDES. Acredito que o aprimoramento de um homem na VIRTUDE da FORTALEZA pode transformá-lo em herói.

A TEMPERANÇA é uma excelente qualidade para um juiz, ou para qualquer homem que julgue e saiba que um dia há de ser julgado. TEMPERANÇA é moderação, comedimento, sobriedade e abstinência. É o famoso “in médio virtus”. Nada de excessos, nem para mais, nem para menos. É ser um homem na medida exata. É ponderação, bom senso.

Agora preciso falar sobre os “presentes” do Espírito Santo – os DONS:

1) SABEDORIA;
2) ENTENDIMENTO;
3) CONSELHO;
4) CIÊNCIA;
5) FORTALEZA;
6) PIEDADE;
7) TEMOR DE DEUS.

SABEDORIA muito mais que simples acúmulo de conhecimento ou de cultura. Conheci alguns homens que sabiam diversos livros de cor, como Os Lusíadas, a Bíblia, o Código Civil Brasileiro e uma ou outra Enciclopédia. E eram tão vazios e inúteis como livros fechados. SABEDORIA é ter o coração vazio e virtuoso, para que ele esteja sempre pronto a receber ensinamentos. SABEDORIA é espelhar e espalhar humildade e TEMPERANÇA. SABEDORIA é estar com o coração sempre vazio para aprender sempre. No Antigo Testamento, o Livro dos Provérbios fala o tempo todo sobre SABEDORIA, assim como há um livro inteiro chamado SABEDORIA.

ENTENDIMENTO é basicamente lucidez. É estar apto para as percepções, para as compreensões. É estar no uso da razão, do juízo perfeito. É por a inteligência para funcionar. O ENTENDIMENTO pode inclusive gerar a CARIDADE.

O CONSELHO traz o entendimento da moderação, da TEMPERANÇA, para que o homem esteja apto a advertir, opinar, avisar e dar seus pareceres.

A CIÊNCIA: esta sim é uma grande VIRTUDE e que não é concedida a qualquer um pelo Espírito Santo. A CIÊNCIA dá ao homem inteligência, saber, erudição, conhecimento e habilidade, entre outras VIRTUDES derivadas. Mas ai dele se não a souber usar.

Sobre a FORTALEZA, vale o que foi dito acima.

A PIEDADE, por sua vez, sempre usada no sentido de pena e compaixão, tem muito mais a ver do que tais sentimentos humanos. PIEDADE tem a ver com o culto a DEUS e Suas coisas: a devoção, a veneração, o louvor e a prática religiosa sincera e verdadeira. À imagem da devoção a DEUS vem a devoção aos nossos pais terrenos, mesmo em obediência ao mandamento da Lei de DEUS.

Por fim, a VIRTUDE que pode encerrar todas as demais: o TEMOR DE DEUS. Basta citar uns poucos trechos do Antigo Testamento, colhidos a esmo: “TEME A DEUS e observa Seus preceitos; é este o dever de todo o homem (Eclesiastes, 12, XIII).” E “O TEMOR DO SENHOR é o princípio da SABEDORIA. Os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução (Provérbios, versículo VII).” “A raça do homem que teme a Deus será honrada (Eclesiástico 10, XXIII).” Temer a DEUS não é vê-Lo como o Deus cruel e carrasco mas, muito pelo contrário, é como o homem esperto que procura sempre contentar o bom pai que tem, para evitar magoá-lo e o contrariar, por puro respeito e sentimento de honra à pessoa de seu pai. Quem procurar mais, encontrará muito mais ainda. Não é demais deixar consignado que todos os homens são criados com os germes dessas VIRTUDES, concedidas pela GRAÇA de DEUS. Em proporções diversas e variadas. Algumas se destacam de um homem para o outro, todas se misturam e têm que ser empregadas, como os talentos das parábolas de Jesus Cristo. Ai daqueles que esconderem seus talentos por vergonha de os usar como se deve. E, para terminar, um grande pensamento, cujo autor desconheço, para definir o que vem a ser um santo, para os fins da Igreja Católica: “Santo é aquele que praticou todas as VIRTUDES em GRAU HERÓICO”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário